Percursos Pedestres - Nas fragas da Ribeira das Quelhas

Este percurso desenvolve-se naquela que é uma das mais belas ribeiras desta zona, a Ribeira das Quelhas. As suas fragas imponentes fazem com que as águas se despenhem de grandes altitudes. Ainda explora o verdejante Vale da Silveira, com as suas construções em ruínas e o seu ribeiro de águas calmas, seguindo pela levada até ao Coentral, aldeia serrana, escondida nas vertentes da serra, com as suas casas e pormenores pitorescos.

Extensão: Cerca de 5 Km

Tipo: Circular

Variação altitudinal: 230 m, variando com um mínimo aos 720 m e a máximaaltitude aos 950 m

Declives: Muito acentuados em duas partes do traçado.

Grau de dificuldade: De elevada a muito elevada nos troços de maiores declives.

Duração: aproximadamente 4 horas.

Local do início e final do percurso: Início: Coentral / Fim: Coentral

Faixa etária recomendada: Maiores de 15 anos até cerca dos 50, dependendo da condição física

Período recomendado: Todo o ano, com destaque para o Outono e Inverno

O Percurso desenvolve-se ao som de uma sinfonia aquática interpretada pelas  águas apressadas das ribeiras das Quelhas e de Pêra.

Cruzando granitos e xistos que se elevam junto á Ribeira das Quelhas num  fragueado inacessível adornado de azinheiras e azevinhos que pendurados  nas rochas procuram um seguro refúgio contra as arremetidas do homem, dos  gados e do fogo. Á sombra de um arvoredo diversificado onde o Carvalho- alvarinho tem um dos seus melhores solares no nosso país, a alvura do  Coentral em contraste com o que resta das suas antigas e escuras casas de  granito, apela-nos para uma subida ao adro da igreja. 

Depois da aldeia as duas ribeiras juntarão suas águas que seguem num vale  aprazível em direcção a Castanheira de Pêra. Mas lá de cima, do interior da  serra, um desafio à nossa resistência e ao instinto de descoberta, atrai-nos em  direcção ao ventre de onde nascem estas ribeiras de águas gélidas e límpidas. 

Iniciamos o percurso na parte superior do Coentral nas traseiras de uma  moderna construção que serve de abrigo ao gado da aldeia (720) m. Aqui encontraremos um caminho a subir que nos conduzirá ao longo da margem  direita da Ribeira das Quelhas. Os granitos afloram de um solo quase  inexistente, mas onde subsistem carvalhos, azevinhos, e, aqui e ali, alguns  tufos de gilbardeira.  Doravante a qualidade do piso piorará substancialmente: a  subir e com muita pedra solta, todo o cuidado será pouco. 

Alguns exemplares de azevinho ainda resistem às investidas do gado.  As margens da Ribeira apresentam uma vegetação já muito pouco comuns.  E m contraste, as encostas que ladeiam perderam a sua floresta primitiva e  actualmente, apresentam um aspecto escalvado incomparável com a  exuberância da linha de água. 

O trilho está inicialmente estabelecido no granito mas, mais para a frente, os  xistos dominarão. Um pouco a descer mas depois sempre a subir, seguimos as  marcações, única referência que, os milhares de pratas de pequenos  ruminantes que se apascentam por aqui, não removem do seu sítio. Cruzamos uma linha de água e o melhor será procurar um ponto mais elevado da  pedrogosidade do terreno para uma pausa contemplativa.  O mais difícil está a  vir. O mais admirável também, retomando o trilho preparemo-nos para uma  difícil passagem numa rocha mais saliente, só ultrapassáveis com o auxílio de  ambas as mãos.  Logo após, um pequeno promontório e uma pequena lagoa  totalmente coberta por densa vegetação, convencem-nos de que aqui não há  lugar a pressas: é a Natureza que marca o nosso ritmo cativando a nossa  atenção. 

O próximo troço é um dos mais difíceis. Levar-nos-á, nesta margem, ao  topo da escarpa que divisamos lá no cimo. O trajecto junto á Ribeira é deveras  mais difícil e não permite desfrutar o cenário envolvente. Faça cuidada e  pausadamente a subida. 

Atingido o topo do escarpado, sentimos a importância do fraguedo,  ornamentado aqui e ali por núcleos de vegetação ou por árvores suspensas no  vazio e que apenas se agarraram pelas suas raízes ás fendas das escarpas.  Encontramo-nos num lugar de características únicas do ponto de vista botânico: quase lado a lado encontramos uma espécie caracteristicamente  atlântica- o azevinho - e uma espécie caracteristicamente continental - a Azinheira, ambas aqui representadas por notáveis exemplares, tendo em conta  as condições de solo em que vegetam. 

Daqui observamos que a Ribeira, num apertado encaixe, descreve um ziguezague tumultuoso com duas curvas quase em ângulo recto que desembocam na base do imponente fraguedo. Antes de deixarmos este local, valerá a pena um olhar para trás em direcção SW, ao longo de todo o vale e para o cume fronteiro: O cabeço Pião.

Em ritmo calmo e contemplativo teremos subido durante 45 minutos. Nota: Se considerar que a sua capacidade física está próxima do limite, inicie o regresso pelo mesmo caminho. No início do percursos procure atingir, em sentido inverso, Vale Silveira. Passamos aqui o afloramento e prosseguimos, para a esquerda ,ao longo da margem direita da Ribeira por um trilho, já quase inexistente, invadido pelos matos .

Divisamos mais duas pequenas cascatas emolduradas por Azevinhos, Pilriteiros e Amieiros, ao lado das quais se iniciará um dos mais penosos troços deste percurso: a ascensão efectuar-se-á, em linha recta, encosta acima, entre urzes, carqueja e afloramentos rochosos, até atingirmos o estradam florestal.

Atingindo este ( 1h 10 m) (965m) (1,3 km) o traçado do percurso segue para a esquerda ao longo do estradão, quase sempre a descer até ao Coentral.

O meu itinerário

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